Durante nossa peregrinação, é certo que as nuvens escuras se mostrarão presentes. Não sabemos quando e porque, nem quanto durará sua visita. Tampouco sabemos quão espessas elas são e por vezes não sabemos nem de onde vieram. Mas elas chegam, trazendo escuridão e consequente medo.
Temos medo da escuridão porque nela perdemos a faculdade que talvez consideremos a mais importante: a visão. Perdemos a capacidade de nos orientar, de conduzir nosso próprio caminho, a capacidade de nos desviarmos dos perigos da jornada. Simplesmente, perdemos o controle e precisamos de ajuda externa. Uma lanterna, por favor?
E as nuvens escuras trazem consigo o medo, a dúvida. Será que este barco vai afundar, mesmo com Jesus dormindo ali no canto?
Nesta presente tormenta, descobri (ou redescobri) algo que já sabia. Algo que estava encoberto sob o céu azul, mas que as nuvens espessas trouxeram à tona. Acima das nuvens escuras, há um sol brilhante. Sempre há um sol brilhante acima das nuvens escuras. E olhando de cima, as nuvens escuras são brancas, muito brancas.
Abandonando as metáforas, na hora da dificuldade há um Deus no céu olhando para nós, aguardando nossa oração. Não existe oração mais agradável a Deus do que a oração do indefeso, do incapaz, do culpado do desesperançado. Não porque Deus se compraz no sofrimento humano, antes pelo contrário. Deus se alegra em ser nosso conforto.
…“Não se preocupem, o sol continua iluminando estas nuvens”. Algumas vezes precisamos que nossos olhos sejam lavados para que possamos voltar a ver o sol azul.
Oh, meu Deus, afaste estas nuvens escuras de nós.
Eider Oliveira (membro da Terceira) Publicação original em julho de 2010