“…a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças,
jamais entrarão no Reino dos céus” (Mt. 18:3 NVI)
A experiência da paternidade fez-me compreender melhor o mundo da criança. Pietra é minha filha, mas por vezes acaba sendo minha professora. Em sua infantilidade natural, há aspectos que precisam ser educados, redirecionados e corrigidos. Mas há
características que são nobres, típicas da criança, e que eu também já tive mas perdi. Não podia ter perdido. Tenho aprendido com ela.
Acho que é dessa boa infantilidade que Jesus fala aqui. Herdam o Reino dos Céus aqueles que se fazem como crianças, conservando o que a infância tem de melhor. Seguem algumas dessas marcas abaixo.
1- Autenticidade – A criança é o que é, em todos os lugares, e ponto final. Pietra é íntegra: ela é uma só peça em qualquer ambiente. Por vezes isso até nos constrange! Ela é “sincera demais”, talvez quando devesse conter suas opiniões! Chamaria uma pessoa de “gorda”, ou acusaria um mal cheiro, sem mentiras ou melindres. Salvas as devidas proporções, eu queria ser mais autêntico.
2- Inocência – De tão inocentes, as crianças necessitam de cuidados especiais. É preciso deixá-las protegidas de pessoas estranhas, justamente porque essas podem fazer mau uso de sua inocência. Mas é bonito notar que o ser humano, na infância, não é tão maldoso. Inocentemente, Pietra encarna diferentes personagens, assume papéis, recita, dança e corre sem dever satisfação a nada. Eu queria ser mais inocente, mais livre. Minha malícia me acorrenta e limita.
3- Graça – Aqui, vejo que a criança consegue manifestar uma marca do próprio Cristo, a saber, a graça com que lida com nossos erros. Pietra tem um temperamento forte, e fica brava quando lhe negamos algo. Mas esquece com uma rapidez impressionante. A criança não fica remoendo, não se atém à mágoa, mas deixa-se curar. Eu queria ser mais misericordioso.
Nesse mês das crianças, minha palavra é para os adultos. Sejamos como crianças. O projeto de Deus para nós é que desenvolvamos essas marcas!
Pr. Mário Freitas – versão original publicada em outubro de 2010