Lc.2.49 Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?
Eu não conseguia conversar com mais ninguém quando esse menininho de aproximadamente 7 anos estava no recinto. Sua avó estava visitando a igreja que eu pastoreava naqueles dias, sua mãe trabalhava muito e quase não tinha tempo para passar com ele, mas o pior de tudo era que não havia um pai para que ele pudesse se relacionar ao menos alguns fins de semana.
É claro que ele tinha um pai, mas o fato este menino nunca o conheceu, morava com a avó, via a mãe de vez em quando, e era assim que ele vivia. Quando ele conheceu a igreja, ficou muito animado, não era um aluno fácil de ensinar, mas estava lá todos os domingos. Mas, quando as aulas finalizam e ele me via em qualquer lugar, eu já sabia, podia desistir de conversar com mais alguém.
Ele me fazia todo tipo de pergunta só para me segurar a atenção mais alguns minutos, me cercava para eu não ser “roubado” por outra pessoa, e as vezes quebrava meu coração quando perguntava: “você é forte pastor?” eu dizia: “não muito, eu acho” e ele devolvia: “duvido que você consiga me pegar no colo”, “você não consegue! Consegue?”.
Esse era seu plano para ficar alguns minutos no meu colo, imagino que era o mais próximo que ele tinha de um colo de pai durante sua semana. Deus se revela a nós como Pai, e como nós precisamos do seu colo. Jesus fala pela primeira vez no evangelho de Lucas citando seu Pai (Lc.2.49), e faz a mesma coisa quando fala pela última vez neste evangelho (Lc.24.49).
Ele veio para nos revelar o Pai de forma pessoal, só Jesus pode chamar a Deus de “meu Pai” e mesmo assim nos ensinou a orar “Pai nosso”. Ele nos deu um Pai que trabalha mesmo enquanto estamos dormindo para que sejamos a imagem de seu Filho. Ele nos Deu um Pai que nos ama com amor eterno e foi ao extremo de enviar seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar, para que tenhamos sempre a certeza que, sim! Ele é forte, e sim! Ele consegue carregar você no colo! Jesus te abençoe.